Talvez um tanto cansada de ouvir falar sobre a mente inquieta de Marta, pretendo elucidar duas qualidades dignas de serem imitadas por nós cristãos: a sua Fé e o seu Serviço.
Marta é descrita nos evangelhos de João e Lucas, como irmã de Maria e Lázaro e que vivia na aldeia de Betânia. Apesar da distância temporal, podemos reconhecer que a experiência cristã cotidiana de Marta é surpreendentemente semelhante à nossa.
Fica-nos de Marta a ideia de uma mulher inquieta e sempre em ação. Jesus jamais repreendeu sua amiga Marta por seu serviço constante, tampouco a julgou por menos importante que Maria. O que Cristo lhe chamou a atenção foi pela sua inquietude, sua ansiedade. Problemas esses que afligem tantos cristãos atualmente e, muitas vezes os impede de amadurecer e concretizar as qualidades que mais sobressaíam em Marta: a fé e o serviço para o Reino.
Marta destaca-se como uma mulher que enxerga o todo, sempre atenta aos pormenores e dedicada a fazer o melhor por todos. Absolutamente uma serva, naturalmente uma líder repleta de iniciativas, características extremamente úteis no Reino de Deus e dignas de imitação.
Sua fé e seu profundo amor a Jesus, ficaram bem vincados aquando da morte de seu irmão Lázaro, onde ela profere palavras de inteira entrega ao Mestre: “Se estivesses aqui meu irmão não teria morrido, mas também sei que tudo quanto pedires a Deus, Ele te concederá”. Fé sem dúvidas! Mesmo em tempos de crise, de dor, buscou consolo e resposta no Senhor.
A obra de Deus carece de pessoas como Marta, dinâmicas, ousadas, hospitaleiras e repletas de atitude, que identifiquem as necessidades e ajam para supri-las. O agir de Marta lembra-nos as mãos que preparam o Caminho e os que, através do trabalho diligente, sustentam a estrutura da Igreja e, por conseguinte, fazem o Reino avançar.
O seu exemplo alerta-nos para que trabalhar e servir são aspectos indispensáveis na vida cristã, contudo, estes devem ser contemplados numa vida permeada por muita comunhão e intimidade com Cristo.
Sejamos solícitos no serviço, sagazes em reconhecer necessidades, mas que o essencial não seja ignorado – a presença de Jesus.
A vida desta mulher prática, diligente, cheia de fé e serva, traz à tona o propósito de que fomos chamados a servir com excelência e disposição!
Jesus ao chamar sua atenção não o fez criticando sua dedicação e labor, mas sim pela inquietação que a consumia. Ele próprio o havia dito em Mateus 6:25 “Não andeis ansiosos”.
Que todos nós possamos aprender, tal como Marta, a servir com muito esmero e trabalho, com o desejo constante de que nossas mentes estejam suavizadas pela presença de Cristo em nossas vidas.
Graça e Paz.
Marciane Barreiro
