Apesar de nascer e crescer num lar Cristão, aceitei Jesus como meu único e suficiente Salvador na minha juventude. Conheci meu esposo e nos baptizamos numa pequenina congregação evangélica aqui no interior de São Paulo –Brasil–, há mais de 30 anos. Nos casamos, e desde então, os anos se passaram como páginas de um livro que se escreve a cada amanhecer, e com eles vieram as adversidades, vitórias silenciosas e conquistas que brilharam como estrelas na noite. Cada desafio superado, cada sonho alcançado, marcou o compasso da nossa história. Muitas batalhas, obstáculos e dificuldades que por vezes pareciam impossíveis de suportarmos.
Seguimos adiante sempre aos pés do nosso Deus, buscando viver o Evangelho de Jesus e pedindo que Ele fosse o nosso verdadeiro Senhor e Salvador, o que tornou nosso caminhar mais firme e nossa jornada mais leve.
Com o tempo, aprendemos que cada cicatriz é um troféu, uma bênção alcançada, uma graça recebida e cada uma das marcas na pele e na alma, medalhas de guerras vencidas. O que se perdeu, o que se ganhou – tudo faz parte do plano perfeito que Deus cuidadosamente tece com fios do mais puro amor e misericórdia.
Como tantos outros imigrantes, chegamos a este país distante – Portugal, carregando nas malas mais do que roupas e pertences – trouxemos histórias de luta, sonhos adiados e a saudade de um lar que ficou além do oceano.
Atravessamos tempestades e desertos, enfrentamos noites longas e frias, onde a esperança parecia um fio frágil prestes a se partir. No entanto cada passo, cada lágrima, cada sofrimento, sabíamos que nos levariam ao “lugar” que Deus planeou.
Neste contexto encontramos a Igreja Evangélica Baptista da Figueira da Foz. Numa manhã fria, típica do inverno europeu, ao pisar nesta casa, sentimos que o peso de tudo o que deixamos foi imediatamente substituído pela leveza de um novo começo. Sentimos a presença de Deus e o tamanho do Seu amor por nós. Não é fácil estar longe dos entes queridos, mas aqui, entre irmãos de fé, que aos poucos se tornaram mais que amigos, encontramos forças para recomeçar e renovar nossas forças.
Este novo “Lar”, ainda desconhecido, tornou-se então o palco onde voltamos “ao primeiro amor”, a sonhar e a lutar com fé e esperança no nosso Deus. Neste lugar fomos acolhidos, cuidados, orientados, corrigidos e mais que tudo fomos amados. Damos graças ao Senhor pela vida de cada um destes queridos irmãos.
Graça e Paz!
Káthia e Airton Sá
