Alguns anos atrás, quando servia o Exército Brasileiro, lembro bem que a base da nossa formação militar era: cumprir ordens! Dentro desse cenário, não havia hipótese alguma para a desobediência, pois as consequências eram tão graves até ao extremo de levar o indivíduo à morte.
Ordens são dadas para serem cumpridas! É nesta dupla ótica de obediência e desobediência, que encaro a história de Jonas. Homem de Deus, profeta, íntimo do Criador de todas as coisas, arriscou, com sua audácia e petulância, confrontar a Sua ordem!
O panorama histórico leva-nos a Nínive, capital da Síria, a maior cidade do mundo de então, rica, terrível e temível para com todos à sua volta. Responsável por escravizar as 10 tribos do Norte (931-722 aC), após a morte de Salomão, no reinado de Jeroboão II, o Império Assírio atingiu sua completa degradação moral.
E foi a este povo ímpio, que Deus manda Jonas a pregar que se arrependa, quando não, seria banido da Sua face.
Ousadamente Jonas desafia a ordem de Deus, pois achava que Nínive merecia ser totalmente destruída. Compra então bilhete para um navio que parte para a oposta direção – Tarsis, cidade da Costa Sudoeste de Espanha. Jonas partia para o “fim do mundo”, fugindo da presença de Deus. Queria começar uma nova vida, numa cidade próspera, rica mas diametralmente oposta à vontade do seu Senhor!
Jonas escolheu desobedecer para não se apiedar do povo Ninivita, povo cruel, que, quanto a ele, não merecia a oportunidade do arrependimento. Não entendia que Deus não é inimigo dos nossos inimigos; ele achava que Deus não tinha o direito de amar aqueles de quem ele, Jonas, não gostava.
Como o pecado leva as pessoas a ser vãs e tolas!
Deus salvou Paulo, Manassés, Nabucodonosor, homens maus, monstros em suas atitudes! Por Seu amor é que mandou Jonas ir a Nínive, porque a maldade daquele povo subira até às “narinas de Deus” (Jonas 1:2) e uma simples pregação levada até eles, seria a sua remissão.
Deus foi misericordioso para com Nínive, mas também para com o desobediente Jonas, preservando-o da morte certa e mostrando-lhe que não adiantava fugir da Sua vontade.
Quebrado pelos desígnios divinos, Jonas chega ao que devia ter sido o seu primeiro destino, prega o arrependimento e o povo converte-se.
Aprendamos com este capítulo doloroso da vida de Jonas, a não desafiarmos o Senhor, e levemos o Evangelho do arrependimento a todas as pessoas enquanto é tempo.
Graça e Paz.
Sérgio Barreiro