“Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam.”
[Mateus 6:28]
Há dias fui surpreendida pelo o olhar atrevido desta flor. Não hesitei em registar esta conquista, não sei se minha, se da planta. Não pelas lutas que ela travou, mas pelo meu esforço para que ela não esmorecesse.
Seis longos anos passaram, desde o dia em que a carreguei para o meu lar e a plantei num vaso conquistado. Para mim esta era a conjugação perfeita – a planta e o vaso! Esta era a minha realidade e a minha expectativa.
O processo de adaptação não foi fácil, o espaço que a recebeu, era-lhe estranho. Apercebi-me desde o início das dificuldades. Na tentativa de a animar, dei-lhe todo o cuidado. Eu sabia que ela dependia de mim. Sem me aperceber, deixei de ter expectativas e cuidei-a de acordo com as suas necessidades diárias de forma inconsciente, mas por amor. Sempre foi bela pela sua natural singeleza, tem um ar calmo e tranquilo.
Coloquei-me ao mesmo nível da flor que emergia do seio da verde planta e sosseguei os meus pensamentos, deixando-me levar ao silêncio da ousada e atrevida reflexão.
Esta flor é a minha metáfora.
Durante anos, não sentia o brilho das folhas verdes, não sentia nenhuma flor a nascer dentro de mim.
Até que me entreguei por completo nas mãos do meu Criador. Deixei que Ele cortasse as minhas raízes, remexesse a terra que me envolvia, cortasse os meus ramos secos e me libertasse das folhas que me impediam de respirar; deixei-me alimentar, ouvindo a sua Palavra que me sussurrava como uma brisa suave.
Aos poucos, senti-me robusta, forte, e comecei a sentir as folhas verdes a eclodir – tudo aconteceu no tempo certo, no tempo que o meu Criador estipulou.
A minha flor brotou, é também uma flor bonita, sinto que também é da cor da neve, tem um suave perfume e uma tez brilhante.
A minha flor é a Paz que invade todo o meu ser, conquistada através da minha entrega, da minha submissão e da minha dependência de Deus.
A dependência da Palavra de Deus (Ele fala comigo através das Escrituras) e da oração (eu falo com Ele) têm sido o meu adubo e o meu substrato.
No meu jardim, na minha igreja, existem flores belas e passarinhos beijoqueiros que me ajudam a crescer de forma saudável e a distinguir as ervas que teimam em invadir o meu jardim.
Deus juntou-nos para que brotássemos juntos e tornássemos este jardim colorido, perfumado e habitado por sons inebriantes.
Sem expectativas e na dependência total de Deus, prosseguimos “para o alvo, para o prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3:14).
Graça e Paz
Paulucha