Antes de adquirirmos qualquer bem, seja ou não de primeira necessidade, examinamos o preço e só depois decidimos adquiri-lo, pois tudo tem um preço.
Dizemos que a Salvação é gratuita, nada dispendemos monetariamente para a adquirir e isso só é possível pela infinita misericórdia do SENHOR.
Em Lucas 14:26-29 Jesus deixa bem claro que há um preço para quem O quiser seguir, ao falar com a multidão que O acompanhava. Passaria por aborrecer o pai, mãe, mulher, filhos… a própria vida, levar a cruz … e segui-Lo! Que discurso tão duro! Aborrecer significa desprezar. O discípulado traduz-se por amar o Mestre de tal maneira, que tudo o resto será anulado, reduzido, passado para um plano secundário.
É importante calcular o custo antes de empreender qualquer projeto, com seriedade, cuidado e sem pressa.
Tomar a cruz significa renunciar ao egoísmo, é no fundo acabar com todo um estilo de vida.
Em Lucas 22:27, Jesus Se assume como Servo; e o que era um servo? Era pertença do seu Senhor. Não tinha vontade própria.
É possível sentir alegria, vivendo assim, com renúncia?
Tudo depende da maneira como definimos alegria. Nem sempre é sorriso, euforia. Posso sentir alegria ao confiar na bondade de Deus. Podemos sentir alegria quando estabelecemos relacionamentos com os nossos irmãos. Ao envolvermo-nos em tudo o que vier à mão para fazer, conforme as nossas forças (Eclesiastes 9:7 e 10).
É fonte de alegria saber que o nosso relacionamento com Deus é possível, pela Sua Graça infinita, depois de Lhe confessarmos os nossos pecados. Por tudo isto sou imensamente grata ao Senhor, como refere o Salmo 30:11 e 12, pois Ele converte o meu pranto em dança. Substitui o meu traje de luto em roupa de alegria, por isso todo o meu ser Lhe canta louvores.
Nem sempre valorizamos a liberdade que usamos quando diariamente nos reunimos como Igreja, transportamos a Bíblia na mão… Qual o custo desta salvação? Qual o custo desta liberdade? Nem sempre foi assim. Em épocas transatas fomos estigmatizados, segregados pelo nome que sustentávamos: “Protestantes”! Era como uma “praga” que incomodava alguns, mas que nunca foi motivo de vergonha ou revolta para nós. Foi “custoso”, mas valeu a pena. Claro que nada disto é comparável com o que a minha querida irmã Twen, da Eritreia, suportou depois de ter aceitado Jesus e comprometer-se segui-Lo, fosse qual fosse o preço a pagar.
Valeu-lhe esta coragem 16 anos de prisão e tortura, alguns dos quais passados dentro de um contentor de lata, sob uma temperatura de 40ºC…
Seria eu capaz de suportar, pagar este preço, mantendo-me fiel ao meu compromisso? Que custo estou disposta a pagar? Que o Senhor me ajude a decidir… na hora em que a perseguição surgir.
Manuela Norte.
