A atual mobilidade das pessoas, invariavelmente à procura de maior segurança e de melhores condições de acesso à saúde e à educação, tornou Portugal um destino privilegiado: em 2018, os imigrantes não chegavam a 480 mil, em 2022 já eram 800 mil, e, no final de 2023, já eram mais de um milhão – ou seja, em cinco anos, Portugal recebeu mais do dobro dos imigrantes, que representam agora cerca de 10% da população portuguesa (a comunidade brasileira equivale a 30% do total de imigrantes).
Por outro lado, a crescente visibilidade das igrejas, proporcionada pela (mais) rápida evolução dos meios tecnológicos, nos últimos tempos, permite uma presença diária na vida de pessoas que estão geográfica, cultural e mesmo horariamente muito distantes da sua igreja – um recente estudo1 realizado nos EUA revela que 89% dos pastores que foram entrevistados acreditam que as pessoas procuram “assistência à fé” por meio da internet, mas, em 2000, os que acreditavam nisso era exatamente o contrário: 78% acreditava que seria inaceitável, a partir da sua visão teológica, que houvesse uma espécie de comunhão online.
A nossa cidade (concelho) e a nossa igreja não estão fora desta nova realidade: na cidade, quer por razões turísticas quer laborais, nota-se o crescimento do número de pessoas que escolhe a Figueira da Foz.
E a nossa igreja é, cada vez mais, uma comunidade na qual comungam diariamente portugueses, brasileiros, angolanos, peruanos, moçambicanos, venezuelanos, equatorianos, americanos, argentinos, haitianos, …
Este desafio é, portanto, duplo: alegremente evangelizarmos e discipularmos cada pessoa, porque não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus Gl 3:28; e alargarmos a nossa presença no mundo virtual (com propósito, avaliando os recursos materiais e humanos e a respetiva sustentabilidade dos projetos).
Desde novembro de 2018, já enfrentamos o que chamei de quatro gigantescos Golias: o da liderança, o da compra das instalações, o do Covid-19, e o do sustento da Obreira – qualquer um destes gigantes podia ter-nos feito desesperar, duvidar ou mesmo desistir.
Mas preferimos continuar a acreditar que a Palavra de Deus nos desafia a viver com o desígnio de vencer o mundo porque somos Seus filhos, em Cristo, na Graça e pela Fé 1 Jo 5:1,4-5, e dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão 1 Jo 4:21.
Queremos ser uma Igreja de Amor, de Trabalho, e de Ousadia/Criatividade, mas só o conseguiremos quando cada um(a) de nós for amoroso(a) Fl 1:9, Jo 3:16, 1Ts 3:12-13, trabalhador(a) Fl 1:5, Rm 12:9-19, e ousado(a)/criativo(a) Fl 1:27-28, Rm 12:20 – para fazer Deus sorrir! Lc 15:10, Sl 51:12.
Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Rm 8:31
Graça e paz.
Pr. Teo Cavaco