Paz com Deus

John Wycliffe (1328-1384), professor na Universidade de Oxford, teólogo e primeiro tradutor da Bíblia para a língua inglesa, John Huss (1369-1415), pensador e linguista boémio (hoje República Checa) e Jerónimo Savonarola (1452-1498) profundo estudioso de filosofia e de medicina, e depois padre dominicano e pregador de Florença, Itália, entre tantos outros, foram mortos por defenderem os seus ideais de conduta e de fé, denunciando que havia um grande contraste entre o que a Igreja Romana se tinha tornado e o que deveria ser – por isso, defendiam a necessidade de reformas, uma vez que apontavam a incompatibilidade entre várias normas e práticas do clero e os ensinos e a vida de Jesus e dos Seus apóstolos.

Quando, a 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou à porta da capela da cidade universitária alemã de Wittemberg, onde era professor, as suas famosas 95 teses (ou 95 proposições para serem debatidas), tinha como principal objetivo debater vários pontos teológicos da doutrina católica romana, sobretudo a questão de a salvação ser pela fé somente, ou ser necessária também a ajuda das obras praticadas pelos cristãos.

Depois de Lutero, outros grandes reformadores protestantes foram importantes no movimento de renovação do cristianismo, como João Calvino, Filipe Melanchton, Theodore de Béze, Ulrich Zuínglio, Martim Bucer, ou Menno Simons (este um teólogo originário da Frísia, hoje Países-Baixos, primeiro ordenado padre católico, mas depois considerado um dos reformadores radicais, ligado aos anabatistas: de facto, convertido ao Anabatismo em 1536, a sua influência sobre o grupo foi tão forte que estes, no norte da Europa, foram/são chamados de menonitas).

Assim, chamamos globalmente Reforma Protestante a um movimento de renascimento, mas também de rutura, de quebra de paradigmas (do grego paradeigma, significando modelo ou padrão).

Renascimento da Palavra, mas também da necessidade de uma vida com Aquela coerente – ou seja, uma mudança com ciência e com conhecimento, que trata diretamente com a forma de crer e perceber as coisas, baseada numa insatisfação, precisamente o que aconteceu com Lutero, cujo texto inspirador e motivador foi: Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5:1).

Com efeito, Lutero e os outros Reformadores conseguiram defender a verdade bíblica de que podemos ser justificados (perdoados) pela fé e, como consequência, reatarmos um relacionamento com Deus, o qual produzirá uma paz indescritível, e que isto está acessível a todos, pois não depende de dogmas, mas sim de uma perceção de que a vida é muito mais do que um simples respirar, e de que as nossas necessidades vão muito além do que comer, beber e conquistar os nossos sonhos ou, nalguns casos, devaneios…

Nos nossos dias, talvez estejamos a assistir a uma secularização da fé evangélica, a uma erosão da Fé Centrada em Cristo – uma Fé “à deriva”, sem Valores absolutos, de um individualismo permissivo, na qual, muitas vezes, se confunda a Palavra com o que é culturalmente dominante.

Nós, Igreja Evangélica Baptista da Figueira da Foz, cremos que a igreja é o corpo espiritual de Cristo; que, na sua expressão local, ela é um organismo vivo, uma comunhão autónoma de crentes, identificados uns com os outros pela confissão da mesma fé, unidos por um mesmo pacto na comunhão e na proclamação do evangelho, e congregados tanto para a adoração como para a edificação dos santos.

Bem-vindo, bem-vinda!

Graça e paz.
Pr. Teo Cavaco

Abigail – uma mulher atenta

Abigail – uma mulher atenta

Na rebuscada história do primeiro rei do Povo Hebreu, encontramos um episódio marcante de inteligência atuante de uma mulher chamada Abigail.

Quem é Jesus Cristo para ti?

Quem é Jesus Cristo para ti?

Um simples carpinteiro, um descontente com a situação que se vivia ao tempo, um anarquista, um rabi, um filósofo, um idealista, um bem-falante, um pedagogo, o Senhor, ou um homem comum?